terça-feira, 7 de novembro de 2017

Textos Publicados 2017 - 067 e 068 (N.º 629 - Ano IV)

Estrela do Céu. Foto: Francisco Ferreira.


Causos de Boteco e Outras Bebedeiras








Zé Da Taca, O Bravo, em Falta de Galo





Amigo meu, Zé da Taca, é um homem bravo. Desses bravos bravos mesmo, que ainda andam de peixeira na cinta e quando querem ficar ainda mais bravos, tomam cachaça com pólvora. Bão! Nós estávamos bebericando umas canjibrinas no boteco perto lá de casa na roça, quando o dono do boteco o Jão Muié, interpelou-o:





− Ô Zé da Taca, cê num tá teno ovo pra vendê não?





No que o bravo Zé, responde:





− Ah, Jão, minha produção muito piquena, esses dias!





Não é que o Tião Salsicha, moleque gozador e abusado, ouvindo aquilo, dá uma gargalhada e pergunta para o Zé:





Cê num tem botado purque, Zé da Taca? Tá faltando milho ou galo?





O bravo, bufando e babando no bigode amarelo, toda sua brabeza, deu de mão na peixeira e gitou:





Tá fartando é sangue, seu fiédazunha. - e partiu pra cima do Tião.





Foi preciso uns cinco daqueles bêbados para segurar o homem e tomar-lhe a peixeira.





***





Missão Dada, Missão Cumprida





O Dito era sacristão de nossa paróquia e, além de bom sapateiro, bebia feito um gambá. Naturalmente, nas manhãs de domingo estava sempre de ressaca (com aquele gosto de cabo de guarda-chuva ou jornal molhado,  na boca) louco para rebater a de sábado. Certo dia, na hora da Consagração, o padre olha de soslaio e vê um escorpião subindo pela parade da igreja. Cochica com o sacristão:





− Mata questo bicho maladeto, Benedeto!





Foi a senha. O Dito não se fez de rogado, mão no cálice com o vinho e o esvaziou de uma golada só. Ainda teve o desplante de dar uma bicota.


Uma excelente semana para todos nós. E sem ressaca!

Publicação da semana em minha coluna FIEL DA BALANÇA no blog OCEANO NOTURO DE LETRAS do Rio de Janeiro (RJ), em 6/11/17.


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