sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Poemas Publicados 2017 - 003 (N.º 422 - Ano III)


Poças. Foto: Francisco Ferreira.

Desalento

No teu leito de esgoto
fluxo fétido e constante, é raro alterar-se
em tuas margens, fluxos outros
correm céleres, desaceleram... até parar.

Buzinas marginais
rascam imundícies íntimas
acordando fantasmas de peixes
assustando ratos.

Desce lento, Rio Morto
rio esgoto e sem portos
trilha sertão-via-mar.
Em afluentes te purificas
oxigenando-te o vagar.
Vargens, pontes, vagalumes
até as vagas do mar.

Vai-te embora Doce, Manso
Velho Chico, Paraopeba...
Vai-te embora te lavar.

Publicação na revista ESCRITORES – n.º 267 – Ano XXIII – do CLUBE DE ESCRITORES DE PIRACICABA (SP) – pag. 25 – col.01 - em 21/2/17. 

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