segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Poema Classificado 2017 - 04 (N.º 407 - Ano III)


Flor Silvestre. Foto: Francisco Ferreira.

Poeta



Concebo-me ser inteiro

em única palavra

dita ao relento

num beco escuro e frio.



Nasço de tua voz

em evocação às sombras

de árvores despidas

grafitadas nos muros sujos

da cidade invernosa.



Cresço se praguejas à sorte

à sina, ao destino, à falta

que o acalento faz

em tua alma assustada

de menina travessa.



Vivo em tua poesia gauche

quebrada, aviltada em letras

inelegíveis das fachadas

de teus edifícios sonho.



Matam-me porém as letras frias

de palavras sem vida do matutino

que envolve o corpo morto

que atravanca o trânsito.

Classificado para a antologia LOGOS – N.º 24 – janeiro/2017, da EDITORA FÊNIX (Lisboa – POR), em 31/1/17.


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