quinta-feira, 12 de maio de 2016

Poemas de 2016 - IX


Fonte: fotosearch.com.br


Et Pardal Hominum

Pardal se civiliza
dos restos fáceis abundantes;
catar e comer, chilrear e copular
descendências garantidas
no contato humano,
ave cosmopolita.
Sem alma, urbano, é triste
incanoro, pássaro humanizado,
cio e cicio fartos
de liberdades corrompidas.

Volta a tua mata
alforria-te, faz quilombo
desdenha a convivência e conveniência
insalubres que te escravizam.
Sê bicho - seu destino -.
Bicho solto, desumaniza-te.

Vai ser feliz!

domingo, 1 de maio de 2016

Poemas Publicados - 2016 - Revista Escritores -261 - Ano XXII - abril/2016



Foto do autor.

Sólidos

No tempo das’águas, no em antes, do ano passado
andei quase a virar passarinho.
Um átimo da minha vocação
de borboleta ou morcego foi que faltou.
Desvoei!

Mas meu medo de menino,
medo ancestral da queda, amoleceu-me.
Desdesenhadas minhas asas tortas
recolhi as penas e a pena.
Despoetei-me!

Arrasto-me lagarto desde então.
Encaramujei minhas vontades
e liberdades receosas. Parado no ar
caindo de pedra e chumbo,
Gravitacionei.

Publicado na Revista Escritores - 261 - Ano XXII - abril/2016 - Clube de Escritores de Piracicaba (SP)