sábado, 28 de fevereiro de 2015

Poema Classificado XXIX


Fonte: nolivrodosmeusdias.blogspot.com

Do Álbum de Família

Os olhos do meu avô
tão profundos quanto a ânsia
de enriquecer.

No sorriso da minha vó
um ricto de dor
advindo dos mil cintos e nós
impostos pela Tradicional Família Mineira.

Nas caras sonsas de minhas tias
a empáfia pífia das virgens
na sonegação
da sacrossanta vocação das putas.
Plenas da insípida sina
das meninas de família.

A um canto, o negrinho Louro,
Meu tio emprestado
Colore com seu riso branco
O retângulo bolorento
Que me resgata a ancestralidade.


Um foco instantâneo de fastio e asco!


Classificado para a "Antologia de  Poetas Brasileiros Contemporâneos - 123" 
- Câmara Brasileira dos Jovens Escritores (CBJE) 
Rio de Janeiro (RJ) - fevereiro/2015.

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